Esta expressão geralmente é usada como sinônimo de “É óbvio!”. A lógica, como disciplina derivada da filosofia e da matemática, vai além da obviedade, permitindo ao pensador examinar seu pensamento utilizando ferramentas de análise.
Aritóteles
Aristóteles é considerado o pai da Lógica Clássica. Seu feito principal é criar um sistema formal de analisar o pensamento em sua estrutura e relações, <i>desvinculando-se da análise gramatical.</i>
Ora, se o pensamento apenas é externado pela linguagem, a análise do pensamento era feita primordialmente pela análise das palavras e gramática utilizadas. Embora estas tenham grande importância, como aponta Hume, Aristóteles propôs uma análise do pensamento e de suas proposições, não do discurso e da oratória.
As principais influências de Aristóteles foram:
- Parmênides e sua “Teoria do Ser“
- os Sofistas com suas argumentações
- Demócrito que postulou a base do “princípio da razão suficiente”
- Sócrates com seu método de perguntas denominado maiêutica
- Platão com seu método dialético.
O principal esforço de Aristóteles foi compreender e explicitar a lei que permite ao pensamento passar de uma afirmação par a próxima, mantendo a coerência e tirando conclusões.
Postulados
Postular significa “pedir aceitação”.
Postulados formam a base de um sistema de pensamento e sem eles não haveria ponto de apoio para iniciar a discussão. Haveria o risco de sermos levados à debater eternamente qual a origem das coisas.
O arcabouço ferramental de Aristóteles parte de três postulados simples:
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Princípio da identidade
Para toda entidade x, x é idêntico à si mesmo. ou seja: x=x
sempre.
Sócrates é idêntico a si mesmo. Não há nada em Sócrates que seja diferente de Sócrates.
Princípio da não contradição
Dada uma proposição e sua negação, ambas não podem ser verdadeiras nem falsas ao mesmo tempo.
Ou seja: se “p” é verdadeiro, “não p” não pode ser verdadeiro.
“Sócrates é mortal” e “Sócrates não é mortal” não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Nem falsas ao mesmo tempo.
Princípio do terceiro excluído
Dada uma proposição e sua negação, uma será verdadeira e a outra falsa.
Ou seja: se “p” é verdadeiro, “não p” é falso. Não há valores intermediários.
“Sócrates é mortal.” ou “Sócrates não é mortal”. Não é possível outro valor.
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Esses princípios não são apenas lógicos, mas também princípios metafísicos. São conhecidos também como “leis do pensamento”. Aristóteles os apresenta na sua Metafísica.
E claro, podemos argumentar que são de fato óbvios.
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